domingo, 18 de abril de 2010

De quem eu não tenho ciúmes


Com quase 44 anos de vida e alguns de cristão, e tendo visto muitas coisas boas e ruins no meio evangélico - e no mundo, também -, hoje reflito sobre o que não me atrai e aquilo que não quero imitar.
Não sinto nem um pouco de ciúme de quem vive o tempo todo pedindo dinheiro nos programas de rádio e televisão - mais nesta do que naquela, lógico. Parece uma turma de mendigos - que estes me perdoem -, sem Deus e desesperados para matar a fome do dia. Um dia desses, em BH, antes de sair para a EBD, vi um sujeito pedindo, clamando, implorando, chorando e se lamuriando pelo programa que não poderia sair do ar - "os telespectadores deveriam fazer um depósito em determinda conta, pois o programa estava prestes a sair do ar". Nunca vi alguém pedindo com tanto desespero. Sou missionário e dependo das contribuições de igrejas e amigos, mas nunca quero pedir como desesperado, como se não tivesse um Deus poderoso que me chamou e que me sustenta a cada dia.
Não tenho ciúmes de igrejas grandes, pois sei que a quantidade nem sempre representa a qualidade. Deus me ensinou a contentar-me com o que tenho, mas também devo trabalhar muito para desenvolver e "multiplicar os talentos " que o Senhor me deu, sem nunca desesperar com falsidades, enganação e entretenimentos vasios que "incham" a igreja mas não a edifica.
Não quero ter um carrão, com ciúmes de outros pastores que tem carros novos e caros - mesmo em detrimento do rebanho que, na maioria, anda de pé. Quero ter um bom carro, mas dentro de minhas possibilidades, sem ofender os irmãos nem levantando suspeitas sobre minha renda. Quando a simplicidade deixar a minha vida - ou eu deixar a simplicidade - é porque Jesus já não faz parte dela, também.
Não existe em minha vida ciúmes de quem tem programa na televisão, ou de quem prega para as multidões, pois sei o ministério que o Senhor me entregou. Visitar os fracos e enfermos e consolar os que choram me trazem uma imensa alegria. Pregar para 10 pessoas, 1000, 5000 ou para 5, dá no mesmo - faço com prazer e dedicação, sempre dependente da unção de Deus em minha vida.
Mas, sinceramente, tenho ciúmes da inocência da minha filha, Catarina. Ela me inspira a adorar a Deus e viver de forma simples, com muita alegria pela vida e muita vontade de aprender. Se não tenho ciúmes da sofisticação, tenho ciúmes da alegria, desprendimento e simplicidade das crianças. Afinal, Jesus disse que para entrar no reino dos céus temos de ser como elas. Espero continuar nesta luta pela simplicidade, pela inocência, pela alegria de viver e pela paixão de fazer a obra de Deus.
Sem multidão, sem carrão, sem dinheirão, sem igrejão e sem sofisticação. Se eu tiver amor no coração, por Jesus, por minha família, pela igreja, pelos perdidos e pelos que sofrem... então, tudo bem - isto é suficiente para ser feliz.
Abração no coração,
Durval.

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