terça-feira, 28 de junho de 2011

PREPARADOS PARA MORRER… E OUTRAS COISAS MAIS

No começo dos anos 80 eu li o livro “Camboja – Preparados para Morrer”, que falava sobre a obra de um casal de americanos no país asiático que havia sido tomado pelo Khmer Vermelho, o que trouxe um genocídio no país e uma das maiores tragédias do fim do sec. XX.
            Hoje, na obra missionária há quase 20 anos, aprendi que devemos estar preparados não só para morrer, mas para outras coisas, também.
            Preparados para perder os amigos – Por obra do inimigo, mas também da carne (natureza) humana, temos perdido alguns amigos ao longo dos anos.  Alguns amigos nos esquecem quando vamos para o campo, outros nos deixam porque ouviram algumas coisas (nem sempre verdade) sobre nós que os deixaram decepcionados e ainda há os que esquecemos pelo tempo, pela distância e pelos interesses diferentes.  Amigo não é sempre amigo?  Penso que deveria ser, mas acontece de alguns amigos serem diferentes ao longo do tempo.
            Preparados para perder dinheiro – Muitos missionários deixam bons empregos para trás e passam a viver do “sustento” (aquilo que é necessário para viver e trabalhar – embora nem sempre signifique exatamente isto) no campo.  Eu, por exemplo, como pastor de uma igreja local poderia ganhar mais do que ganho atualmente.  Aliás, missionário não tem salário, e sim, sustento.  Qualquer um tem o direito de ter um salário, mas o missionário tem o sustento, porque ele não juntar dinheiro e o que ganha é para comer, vestir e trabalhar no local para onde foi cumprir sua missão.  Conheço pastores ricos, muitos irmãos ricos, mas ainda não conheço missionários (estou falando daqueles que vão para o campo, não daqueles que ostentam um título) que juntaram dinheiro e ficaram ricos.
            Preparados para viver intensamente a cada dia – A obra missionária não é só sofrimento, decepções e perdas, mas um acúmulo de conhecimento em outras culturas, vivendo coisas novas a todo o momento.  Além de outras línguas que temos de aprender e falar, cada etnia nos ensina coisas novas e nos relacionamos com pessoas “diferentes” – nem melhores e nem piores que nós, mas apenas “diferentes”.  Apesar de cansativo, cantar em 4 ou 6 línguas durante um culto dinamiza a vida.  Viver com pessoas de roupas estranhas, comidas exóticas e “cosmovisão” diferente, nos incentiva a ter humildade para observar e aprender mais.
              Abração pra vocês...

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