quarta-feira, 22 de junho de 2011

100 anos - o que há de melhor e pior na Bléia.

Não importa se a chamam de Bléia, Leléia, a Santa ou "a maior".  Nesses cem anos de vida, as Assembléias de Deus marcaram e continuam a marcar o Brasil e o mundo com muitas coisas boas - e algumas ruins, também.  Como eu creci numa Ass. de Deus, posso falar do que conheço, com experiência de causa, e do que vivi na infância e na juventude.
 Vamos analisar alguns fatos da igreja (vamos chamar de AD), para que possamos consertar os erros e continuar a melhorar os acertos.

Barulho X Poder - As AD produziram, ao longo dos anos, uma concepção de que o culto barulhento é que é bom.  Uma mistura de barulho e poder confundiu a cuca de muita gente - e é preciso muito discernimento do Espírito pra entender a questão -, ao ponto de muitos não admitirem o silêncio na igreja. Aliás, "silêncio" é mal visto, algo como a "ausência da operação de Deus" nos cultos.  Não importando se o barulho é de Deus ou não, muitos acham que o culto tem que ser barulhento.
Todo mundo fala, todo mundo canta - Talvez por falta de gente preparada para pregar, muitos cultos das AD - pra não dizer a maioria que conheço - é feito de muitas "oportunidades".  O dirigente do culto chama um jovem, um diácono, uma senhora, um presbítero, o visitante (aqui é que tá o perigo), o evangelista... enfim, todo mundo tem que ter oportunidade para falar, para uma "saudação".  Quem sabe falar, prega, quem não sabe, canta.  E tem que falar ou cantar, porque se recusar o "convite" é porque o "irmão tá em pecado" ou "como assim, não quer falar?".  A mensagem final, quando tem, é feita em quinze minutos - quando muito - porque "o tempo passou voando" e temos que terminar o culto pra comer pipoca, coxinha, pastel ou pegar o ônibus de volta para casa.   Acontece a "encheção de linguiça" nos cultos porque falta gente preparada para pregar... ou é apenas mera tradição de que "tem que ser assim".
Tradição e costumes - A Bíblia fala em "bons costumes", mas as AD conseguiram uma marca no Brasil que é ser conhecida como "a igreja dos costumes".  Os líderes falam coisas que não são bíblicas - como as proibições, dependendo do lugar e do pastor, de determinados tipos de roupas, esportes, tecnologia ou comidas - e para se justificarem, dizem que a igreja precisa manter os "bons costumes".  Ainda tem gente que proíbe os jovens de jogar bola, as mulheres de aparar os cabelos ou vestir calça comprida, ver televisão ou ir ao cinema.  Mas, tudo é visto como os "mandamentos" da igreja, que não pode rever tais costumes, nem aboli-los, afinal são "marcos" da igreja.
Falta de compromisso com a obra missionária - Embora tenha sido fundada por missionários, Gunnar Vingren e Daniel Berg, e nas primeiras décadas do sec. XX ter feito um grandioso trabalho evangelístico pelo Brasil afora e em outros países, as AD de hoje (pode colocar anos nisto) não tem um compromisso firme com a obra missionária.  Algumas centenas de missionários das AD estão pelo mundo, e isto numa igreja que diz ter mais de 10 milhões de membros.  É simplesmente uma vergonha!!!  A maioria dos líderes não investem nos missionários, não fazem nada por Missões, alguns fazem o mínimo dando ofertas como se fosse esmolas e pouquíssimos líderes fazem alguma coisa significativa pela evangelização mundial.  Uma igreja fundada por missionários suecos, ajudada por várias nações em seus primeiros anos de existência, hoje se preocupa mais em construir grandes templos e ganhar mais dinheiro para... fazer o quê, mesmo?  Bem, a obra missionária vê muito pouco dinheiro chegando aos projetos e aos sustento dos missionários.
Liberdade para adorar e servir - Como as AD não vivem só de defeitos, elas tem qualidades, também - e como tem!!!  Para ser a maior igreja do país, é porquê tem algo de muito bom e muito especial, e a liberdade para adorar a Deus e O servir marca a AD no Brasil. AD que se preza, deixa os irmãos dizerem um "glória a Deus" e um "aleluia" bem alto e com liberdade, sem medo de ser envergonhado e ridicularizado. Onde você falar bem alto "glória a Deus" sem medo e sem vergonha?  Além da liberdade para adorar a Deus - apesar dos excessos, como já falado - os irmãos da AD tem a liberdade para servir, fazer cultos nos lares, nas praças, no trem, nos ônibus, culto de tudo quanto é tipo, e colocando todo mundo pra trabalhar, não importando se tem Curso Teológico ou não.  Não defendendo a "falta de preparação", a AD cresceu por essa liberdade de deixar os "irmãozinhos" trabalharem em prol do crescimento da igreja.
Fé nos Dons do Espírito Santo para hoje - Quem concorda ou não com isto, que fique com a discussão e os argumentos que quiser.  Só defendo que o crescimento da AD se deu pela fé de que Deus realiza nos dias de hoje as mesmas coisas que realizava nos tempos dos apóstolos (estou falando daqueles do Livro de Atos).  Quantos milagres, curas, libertações e conversões nós podemos testemunhar que Deus realizou através das AD!!!!  Um povo que crê e prega o poder de Deus é um povo que testemunha a multiplicação de conversões na igreja.  Mesmo tendo pessoas que só vieram para a igreja pela cura ou só pela benção, quem pode negar o poder libertador do Senhor na vida de milhões de pessoas?  Nas AD você continua buscando oração para cura, pelo milagre na família, por salvação do filho viciado e por algo que só Deus pode fazer.  A igreja continua crendo no sobrenatural de Deus e não tem vergonha de orar e clamar pela ação de Deus na vida do povo.

Para não deixar o texto muito grande, vou postar o que já está feito e falarei mais, assim que puder.
Parabéns para a Bléia e glória a Deus pelos pastores, líderes e irmãos que escreveram a história dessa amada igreja.  Apesar de tudo e de todos, Deus continua a ser Deus e a agir no meio de Seu povo.


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